domingo, 30 de setembro de 2012

A TOWEN OF LONDON

LONDRES : dois lugares/dois mistérios.



A Tower of London ( A torre de Londres) e a troca da guarda no Palácio de Buckingham

Fui visitar a Torre, provavelmente a construção britânica que contenha o maior número de histórias. Fundada às margens do rio Tâmisa para ser inicialmente uma fortificação e residência da monarquia, a Torre teve sua função alterada diversas vezes ao longo dos anos. Foi casa de Moeda, mostra de animais do Reino e prisão, local de tortura e execuções. Hoje é a casa de joias da Coroa, Patrimônio Mundial da UNESCO.


Vista
  parcial
das várias torres

Lá onde cabeças rolaram e foi palco de torturas, sofrimentos e humilhações diversas, caminhei junto com outras tantas pessoas. O local é muito visitado por turistas, ávidos por conhecer mais uma das "relíquias" de Londres. Shakespeare, na peça Ricardo III classificou a Torre de Londres como sangrenta, lugar obscuro e sombrio, onde as torturas eram comuns. Com certeza, no inverno, quando Londres fica cinza e escura deve ser algo bem sinistro. Mas era verão e Londres estava radiante, vivendo seu momento de glória: o tempo do sol, das flores, dos jogos olímpicos e  dos turistas.




A troca da guarda no Palácio de Buckingham






Evoluções do guarda- ele mesmo uma atração turística.








Os imperialistas mantém lá seus castelos, rainhas e guardas( os Beefeaters) com uniformes engraçados. E pior, continuam tirando proveito disto, pois a multidão que se aglomerou na frente do Palácio de Buckingham para ver a troca de guardas não me permitiu assistir o espetáculo circense completo.

Nesta cidade que mantém suas tradições medievais misturadas com o que há de mais moderno é possível encontrar coisas belas e também bizarras - e esta Torre faz parte deste contexto. Nela foram sacrificadas pessoas e dentre estas destaco Thomas Morus- filósofo, estadista e escritor, autor do famoso livro "Utopia", romance que narra a nação ideal, baseada no comunalismo bíblico, esta ideia que ainda persiste em nossos sonhos para preencher este eterno vazio do Estado ideal que nunca se concretiza.



Thomas Morus foi conselheiro de Henrique VIII , mas caiu em desgraça quando se opôs a separação do rei da igreja católica e se recusou a aceitar o rei como chefe supremo da igreja da Inglaterra. Se recusou também a participar da coroação de Ana Bolena como a rainha da Inglaterra. Esta recusa foi interpretada como uma afronta a Ana e Henrique entrou em ação contra ele. Em 1534 foi preso na torre, julgado por traição e decapitado em 1535.



Ana Bolena também teve o mesmo fim, sendo decapitada na Torre em 1536 a mando de Henrique VIII por suposta traição, acusada de adultério, incesto e conspiração . Uma mulher que revirou a história da Inglaterra e a cabeça de um rei arrogante, que não só rompeu com a igreja católica para se unir a ela , mas também motivado por outros interesses políticos, que não cabe aqui explicar. A partir disto, ele fundou a Igreja Anglicana, que permanece até os dias de hoje no país.

Para conquistadores como os ingleses, sempre vitoriosos no painel da história, a Torre da morte ou qualquer outro monumento é mero derivativo. Faz parte de sua história, marcada por violência, sangue e conquistas.





Painel de fotos 

Entrando na torre

Caminhando na tower of London

Fazendo pose com um yeoman da Guarda.



No Palácio de Buckingham



 vista parcial  da Tower of London



Vídeo da execução de Thomas Morus