A NATIONAL GALLERY (GALERIA NACIONAL) DE LONDRES
( imagem retirada da net) É proibido fotografar dentro do museu |
A National Gallery ("Galeria Nacional", em inglês), fundada em 1824, é um dos mais importantes museus da Europa e um dos mais conhecidos do mundo. Localiza-se na Trafalgar Square, no centro de Londres, e abriga uma preciosa coleção de mais de 2.300 pinturas, que datam desde a metade do século XIII até o início do século XX. É um museu público e as visitas ao acervo permanente são gratuitas.
O acervo contém algumas das obras mais importantes, raras e emblemáticas da História da Arte, de artistas como Leonardo da Vinci, Botticelli, Caravaggio, Rembrandt, Jan van Eyck, Rubens, Vermeer, Thomas Gainsborough,Turner, Renoir, Monet, Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Gauguin, Degas, Manet, Berthe Morisot e Picasso. Vale destacar também a monumentalidade do edifício e a conservação das peças.
Fui visitar o museu no dia da passagem da tocha olímpica pela Trafalgar Square, mas como não havia ido a Londres para esta finalidade fui conhecer e ver as obras do museu. Ao entrar na Galeria o visitante recebe um folder com explicações e localização das obras, além de fone de ouvido em várias línguas. Felizmente, neste museu havia tradutor em português e pude contemplar não só as obras como ouvir análises das mesmas.
Um museu desta magnitude e tamanho demanda muitas horas de visita e como estava em companhia de outras pessoas e havia muitos lugares para visitar selecionei algumas obras para apreciar mais demoradamente e algumas para comentar.
A Virgem das Rochas Leonardo da Vinci
a primeira versâo està no Louvre, em Paris, e a segunda na National Gallery de Londres |
A Virgem das Rochas ou Rochedos é o título utilizado para designar um conjunto de duas pinturas de composição quase idênticas que foram pintadas por Leonardo da Vinci.
Leonardo
escreveu sobre sua visão de uma caverna e parece que
esses escritos são contemporâneos à elaboração
do quadro "A Virgem dos Rochedos". Diz Leonardo
nos Cadernos:
"Levado por um desejo ardente, ansioso por ver a abundância
das formas variadas e estranhas que artificiosa natureza cria,
tendo caminhado numa certa distância entre rochas que
pendiam, cheguei à entrada de uma grande caverna e
ali me detive por um momento, estupefato, porque não
me passara pela mente a sua existência; com as costas
arqueadas, com a mão esquerda segurando o joelho, inclinei-me
longamente, para um lado, para outro, a fim de ver se podia
discernir algo no interior a despeito da intensidade das trevas
que ali reinavam: depois de ter permanecido assim por um momento,
duas emoções despertaram de súbito em
mim: medo e desejo; medo da caverna sombria e ameaçadora,
e desejo de ver se ela continha alguma maravilha."
E desta ambiguidade de Leonardo nasce esta luz, este quadro profundamente espiritual: A Virgem das Rochas é mais que pintura em tela, ela irradia energia divina, transborda em delicadeza, leveza e mistério. Fui energizada por esta luz, este espírito, esta genialidade. Sai deste museu iluminada.
Mas outros encontros foram também marcantes e profundamente importantes, segredos que guardarei como tesouros para sempre dentro de mim.
Os girassóis e Campo de trigo com ciprestes de Vincent Van Gogh
E mais adiante, "campo de trigo com ciprestes", pintada no asilo em St Rémi, onde esteve internado. Alegria e dor são revisitados nestas obras de Van Gogh, marcadas pela paixão, irreverência e loucura. Meu pintor, um dos prediletos, vai se mostrando nos próprios quadros- todos eles autorretratos de uma vida marcada por paixão e muito sofrimento.
Ao sair do museu a chama olímpica passava pela Trafalgar Square, mas não consegui vê-la, pela quantidade de pessoas presentes no local, mas por dentro uma chama muito grande já ardia em mim: êxtase diante da genialidade, da beleza e do divino.